domingo, 5 de outubro de 2008





quando sinto a poesia


dentro do corpo


é que seique não estou morto -


Sob as pálpebras,


no rosto,


entre os dedos,


as palavras,


omo crisálidas adormecidas,


esperam,


trêmulas,


as asas que as desprendam -


as asas que tu lhes trazes! -


Pois é só quando chegas


e me beijas o corpo,


verso a verso,


e o lês como se lê um livro,


que elas se libertam


e eu sei que estou vivo -


E vou


e vôo


em cada palavra


ao encontro de ti


ao encontro de mim


no corpo do poema.




*António Simões, "Versos Antigos".*

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