quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Fada


Muito antes dos Primeiros Homens andarem sobre a Terra, havia aqui uma Raça Nobre ...

Uma Raça que iluminava o Mundo e não conhecia o Ódio, a Maldade, a Guerra e todas as coisas ruins que destroem o Espírito.

Esse Mundo Antigo era chamado de Fadhízya, o Grande Reino das Fadas.

Havia também um Reino Elevado, uma Terra Superior chamada de Celesthia onde viviam Seres de uma Luz Incomum e Divina, os Anjos.

Naquele Tempo, não havia Separação entre os Reinos pois a Paz e a Harmonia eram Comuns entre os Povos.

Fadhízya era governada por Sapians Goblin, o Rei das Fadas e Celesthia era governada por Yeovah, o Rei dos Anjos.

No Princípio dos Tempos, foi firmado um Pacto de Sangue e Honra entre os Reis ...

Esse Pacto sacramentava que era terminantemente proibida a União Amorosa entre os Reinos Distintos.

E assim foi durante muito Tempo.

Mas, foi que Luzídhia e Angelus se conheceram ...

Foi que, mesmo sabendo da Primeira Grande Lei que imperava entre os Reinos, não conseguiriam conter toda a Grandeza e Divindade de um Sentimento Estranho que unia os dois em um só Desejo de Vida.

Luzídhia era a Sacerdotiza das Fadas e também a Única Filha de Sapians Goblin e Angelus era o Primeiro Anjo do Reino de Celesthia.

- Vou deixar meu Reino para ficar contigo Luzídhia.

- Tu és o Primeiro Anjo do Reino de Yeovah, teu Rei será ferido em Honra. E quanto a mim, além de Sacerdotiza, sou a Única Filha de Sapians Goblin ... Meu Pai morrerá em Vida !!!

- Tua Aflição também é minha Aflição ... Queres que eu vá embora ???

- Como posso querer me separar de ti ??? Mas quebramos a Primeira Grande Lei que há entre os Reinos ...

Como se, sabendo do que estaria por vir, Angelus propôs a Luzídhia que trocassem os Corações.

- Agora, perante minha Fada mais Bela, arranco meu Coração e te oferto. Permita que ele bata em teu Peito !!!

- Te dou, meu Anjo de Luz, meu Coração de Fada ... Minha Vida agora te pertence. Permita que ele bata em teu Peito !!!

E foi assim que Luzídhia e Angelus trocaram os Corações ...

E foi assim que a Vida de um, passou a ser a Vida do outro.

Mas Angelus notava que Luzídhia estava Aflita e perguntou ???

- O que há ??? Não estás Feliz ??? Nos pertencemos agora.

- Espero um Filho teu !!!

Naquele instante todos os Pássaros cantaram e um Lindo Arco-Íris surgiu.

- Não posso conter tanta Alegria !!! Preciso voar e gritar que me darás um Filho !!!

- Estás Louco ??? Queres que os Reis saibam que foram feridos de Morte ???

Os dois então decidiram fugir.

O Arco-Íris brilhava indicando o Caminho a ser seguido. E assim foi.

O Tempo passava e logo Luzídhia teria seu Filho. Os Dias seguiam cheios de Alegria ...

- Angelus, teu Filho quer nascer !!! Venha, preciso de ti !!!

Quando Angelus colocou sua Mão Esquerda sobre a Barriga de Luzídhia, fez-se uma Luz Incomum ...

- Sou teu Pai e ordeno que venha para meus Braços Filho Querido !!!

Grande foi a Surpresa quando perceberam que, ao invés de apenas um, eram dois.

Luzídhia dava aos Reinos um Lindo Casal.

Mas, as Crianças eram Diferentes ... Em nada lembravam Fadas ou Anjos.

Foi só então que eles perceberam o que a Grande Lei significava.

Quando o Choro das Crianças ecoou na Imensidão, um Grande Trovão aquietou os Pássaros e todas as Criaturas.

Sapians Goblin e Yeovah surgiram diante deles.

Luzídhia então disse:

- Meu Pai, toma meus Filhos ... Eles também pertencem a ti !!!

Angelus curvou-se perante Yeovah dizendo:

- Senhor, estabeleça esta Aliança ... Abençoa meus Filhos !!!

Os Reis bradaram e as Trevas caíram sobre eles. Foi então que os Reis falaram em uma só Voz:

- Malditos sejam Luzídhia e Angelus !!! Ao quebrarem a Primeira Grande Lei, anunciaram o Princípio de nosso Fim !!! Olhem para essas Crianças ... Acaso são Anjos ??? Acaso são Fadas ??? Está estabelecido que haverá uma Separação entre os Reinos. O Reino de Fadhízya passará a ser chamado Terra e o Reino de Celesthia passará a ser chamado Céu. Está estabelecido que Angelus e Luzídhia passarão a viver no mesmo Plano mas jamais poderão se tocar. Angelus será chamado Sol e Luzídhia será chamada Lua. Está estabelecido que essas Crianças darão Origem a uma Nova Raça que passará a ser chamada de Raça Humana. Fica também decretado que a Raça Humana não tomará conhecimento dos Povos Anteriores e não terão Crença de nada que existiu antes deles.

E assim foi.

Alguns ainda contam que, em Noites de Lua, ecoa um Nome de Anjo entre as Estrelas e em Dias de Céu Claro, o Vento sopra um Nome de Luz pelo Ar.

E os Mais Velhos ainda contam, que aos Filhos de Angelus e Luzídhia, foram dados os Nomes de Adão e Eva.



Há mais Coisas entre o Céu e a Terra do que nos contam os Livros.

Carla Decarli.

AS FADAS

A fada é um ser mitológico, característico dos mitos célticos, anglo-saxões, germânicos e nórdicos.

As fadas também são conhecidas como sendo as fêmeas dos elfos. O termo incorporou-se a cultura ocidental a partir dos assim chamados "contos de fadas". Nesse tipo de história, a fada é representada de forma semelhante a versão clássica dos elfos de J.R.R. Tolkien, porém apresentando "asas de libélula" as costas e utilizando-se de uma "varinha de condão" para realizar encantamentos.

Dependendo da obra em que aparece, a fada pode ser retratada em estatura de uma mulher normal ou diminuta. No primeiro caso, temos a fada de Cinderela. Como exemplo da segunda representação podemos citar "Sininho", do clássico infantil "Peter Pan", de J. M. Barrie.

FUI

Fui fada, fui anjo…fui ser alado
Num sonho por ti inventado…
Fui magia num instante de amor,
Fui carícia que apaziguou uma dor…

Fui mar calmo de alma pequena,
Praia vazia, manhã serena…
Fui noite de solidão,
De amor, carinho e paixão…

Fui fada, fui anjo… fui ser amado
Por ti neste sonho inventado…
Fui musica, palavra cantada
Poesia num piano tocada…

Sou fada inventada, sonhada
Perdida com a asa quebrada…
Sem teu sonho para eu sonhar
Sem teu mar para ancorar…

Fui fada, fui anjo…sou ser magoado
Num sonho por ti acabado…

Fadas


"As fadas são uma raça de donzelas quase imortais, às quais os primitivos nativos da Itália davam o nome de "Fatae".
Essas fadas, possuíam o poder de abençoar os campos, curar doenças e atrair a boa sorte.
Somente através de preciosos presentes, podia-se aplacar a ira de uma fada e livrar-se de seus encantamentos.
Tais oferendas só seriam aceitas se depositadas através das mãos de mulheres humanas. Porém, o mais antigo registro das fadas, retratadas como pequenos seres alados, surgiram na arte etrusca à cerca de 600 a. C., na forma de "Lasa", espíritos do campo e das floresta.
As Lasa eram descritas como pequenos seres humanos alados que flutuavam sobre um recipiente com incenso ou sobre uma bacia votiva.
Estas primeiras fadas, estavam também associadas ao culto dos ancestrais e eram encontradas nos templos etruscos. Estavam ainda, identificadas com a vegetação e com todos os segredos da Natureza."Fairy" originalmente significava "fai-erie", um estado de encantamento e se transferiu do objeto ao agente. Se dizia que as próprias fadas desaprovavam essa palavra e gostavam de ser chamadas com termos eufemísticos como:
"Os Bons Vizinhos" ou "Boa Gente". Ao longo das Ilhas Britânicas se utilizam muitos nomes para as fadas.
A palavra francesa "fai", procedia originalmente do italiano "fatae", as damas feéricas que visitavam as famílias quando havia um nascimento e se pronunciavam sobre o futuro da nova criatura, tal como faziam as Parcas.
Hoje, acredita-se que o povo de Tuatha de Danann está associado ao Reino das Fadas. Isto se deve a sua misteriosa aparição às Ilhas Britânicas envoltos em brumas. Lá encontraram o povo Fir Bolg, os quais derrotaram na batalha de Moytura. Posteriormente, quando os celtas invadiram a Grã-Bretanha (600-500 a.C.), os Tuatha De Danann desapareceram nos montes e bosques. Esta é a origem da crença de que as fadas habitam as áreas rurais."

Qual a origem das fadas


ORIGEM DAS FADAS

Existem muitas versões sobre a origem das fadas. Em um período pré-cristão, existia a crença que que as fadas seriam os espíritos dos mortos. Já na era cristã, se afirmava que as fadas eram anjos caídos ou então almas pagãs que não estavam aptas para subir aos céus, nem descer ao inferno. Por isso, ficaram destinadas a passar toda a eternidade nas escuras regiões de um "reino intermediário", a nossa Terra. Acreditava-se ainda em Cornualles, uma região inglesa, que as almas das crianças mortas sem batismo, tornavam-se "PISKIES" (duendes) e apareciam no crepúsculo na forma de pequenas mariposas noturnas brancas. Os duendes "KNOCKER", das minas de estanho também eram considerados almas de mortos, mas nesse caso, eram os judeus que haviam sido transportados para lá por sua participação na Crucificação.

Na Irlanda, existiu a crença de que as fadas seriam anjos caídos, que foram expulsos do céu pelo Senhor Deus, em virtude de seu orgulho pecaminoso. Alguns caíram no mar, outros em terra firme e os que sobraram no mais profundo do inferno. Esses últimos, receberam do diabo o conhecimento, poder e os envia para a terra, onde trabalham para o mal. Entretanto, as fadas da terra e do mar seriam em sua maioria seres belos e bondosos, que não causam nenhum dano, se as deixarem em paz e lhe permitirem dançar em seus anéis feéricos a luz da lua com sua doce música, sem ser molestadas com a presença dos mortais.

Os escandinavos contam de forma mitológica, que foram os vermes que surgiram do corpo em decomposição do gigante Ymir, que se converteram em: elfos claros, elfinas e elfos escuros. O verme é símbolo de vida que nasce da podridão. É ainda, símbolo da transição da terra para luz, da morte para a vida, do estado larvar para o vôo espiritual.


Todo o norte da Europa possui um rico conhecimento sobre as fadas, assim como as Ilhas Britânicas e de igual maneira, não são ignoradas na Alemanha, já que ali são conhecidas pelo nome de Norns, fiandeiras ao estilo das Parcas gregas.

Na França encontramos a Dame Abonde, uma fada, cujo o próprio nome já invoca a abundância. Na Itália é venerada como Abundita, uma Deusa da Agricultura. Em terra romana ainda, é muito conhecida a figura mítica da fada Befana, cuja função é estabelecer uma ligação das famílias atuais com seus antepassados, com uma troca de presentes. Ocupa, portanto a função de uma educadora-pedagoga que recompensa ou pune as crianças na época natalina.

Befana é a Grande Avó que preside várias fases de desenvolvimento das crianças.


A "meia natalina" que todos nós, mesmo aqui no Hemisfério Sul, penduramos nas portas ou lareiras, não é só um lugar para depósito de presentes, mas tem o poder de invocar Befana, que tal como Frau Holda e Berchta visita as casas no período do Natal, recompensando todo aquele menino ou menina que foi bem comportado durante todo aquele ano.

Conforme a tradição mítica, Befana chega voando em uma vassoura, intensificando sua associação com as plantas e os animais, que antigamente eram considerados sagrados e muito utilizados como tótens.

Befana voa do Reino das Fadas, para trazer presentes e alegria ao mundo dos homens.


Já dizia o inglês William Shakespeare, que há mais coisas nesta terra do que alcança a nossa precária percepção. Carl Jung complementa, ao afirmar que existe e sempre existiu, um realismo mágico contraposto a todo o mundo real.

É justamente através da dualidade destes opostos, é que se estabelece uma função reguladora. Se o ser humano não oscilar entre estas oposições, o espírito morrerá.


Entre o real e o mágico existe uma espécie de fluidez intemporal que se rege pelo inconsciente coletivo. O realismo mágico descrito por Jung, é regido por uma fonte que nos é mundo familiar e transcende a um mundo de contrastes entre os opostos. Isto é, toda a magia se nutre dos conteúdos do consciente coletivo, da nossa "memória ancestral". É através desta memória que ocorre a inversão do tempo.

A tradição celta possuía uma percepção admirável da maneira como o tempo eterno está entrelaçado com o nosso tempo humano. Existe uma história de Oisín, que era um dos Fianna, um grupo de guerreiros celtas, que sentiu uma grande vontade de aventurar-se a chamada Tír na n-óg, a Terra da Eterna Juventude, onde vivia o povo encantado.

Chegando ao seu destino, durante muito tempo viveu feliz com sua mulher Niamh Cinn Oir, conhecida como Niamh dos cabelos dourados. O tempo pareceu voar, por ser um tempo de grande felicidade. Mas um dia, a saudade de sua vida antiga passou a atormentá-lo. Tinha agora, curiosidade de saber como estavam os Fianna e o que estaria ocorrendo na Irlanda.


O povo encantado o desaconselhou, porque sabiam, que sendo ele um antigo habitante do tempo mortal linear, ele correria o risco de se perder ali para sempre. Apesar disso, ele resolveu voltar.

Deram-lhe um belo cavalo branco e disseram-lhe para que nunca o desmontasse. Se o fizesse, estaria perdido. Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.

Enquanto passeava, rememorando seu passado, avistou um grupo de homens que não conseguiam erguer uma grande pedra para construir uma igreja. Sendo um guerreiro, ele possuía uma força extraordinária e, então, desejou ajudá-los, mas não se atrevia a desmontar do cavalo. Ele observou-os de longe e depois se aproximou. Não conseguia mais resistir. Tirou o pé do estribo e enfiou-o por debaixo da pedra, a fim de erguê-la, mas assim que o fez, a cilha rompeu-se, a sela virou, e Oisín chocou-se com o solo. No exato momento em que tocou a terra da Irlanda, tornou-se um velho débil e enrugado.


Esta é uma excelente história para mostrar a coexistência dos dois níveis do tempo. Se se ultrapassasse o limiar que as fadas observaram entre estes dois níveis de tempo, terminava-se enredado no tempo mortal linear. O destino do homem neste tempo é a morte. Já no tempo eterno é a presença ininterrupta.

Todos os contos de fadas celtas sugerem uma região da alma que é habitada pelo eterno. Existe uma região eterna em nosso íntimo, onde não estamos sujeitos às devastações do tempo atual.

Tudo o que vivemos, experimentamos ou herdamos, fica armazenado no templo de nossa memória. Sempre que nos aprouver, podemos regressar e passear pelas salas desse templo para despertar e reintegrar tudo que já nos aconteceu. Será esta reflexão que irá conferir profundidade a todas as nossas experiências.

Hoje, início do terceiro milênio, com um mundo globalizado, com nações mais preocupadas em garantir seu poderio político-econômico, muito pouca atenção se dá a este tipo de memória.


Quero deixar bem claro, que a verdadeira experiência fantástica difere dessa visão genérica do imaginário das fadas composta por uma literatura sentimentalista com eternos finais felizes. Esse mundo do "Era uma vez..." que todos conhecemos, não é verdadeiro mundo das fadas. As fadas reais representam o "Poder", um poder incompreensível para os humanos, pois elas são criaturas com valores e ética muito distantes do gênero humano: não pensam e, o que lhe é mais singular, não sentem como os humanos. Essa é a essência que as separa dos mortais e a origem da grande parte da inquietude que causam, porque as fadas são em si criaturas da matéria prima da vida.

O reino das fadas é um mundo de misterioso encanto, de cativadora beleza, de malícia, de humor, júbilo e inspiração, de terror, de riso, amor e tragédia. Todavia, é um mundo para ser penetrado com extrema cautela!

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

Onde estão as Fadas??


Quando pequena sonhava com as fadas... seus condões iluminados que faziam tudo brilhar. E naquele momento, tudo se transformava em mentiras de verdade. Ah, o sonho de criança, eu na cama, a imaginar, eu podia tudo!!


Cadê vocês fadinhas?


Fada inseto, fada flutuante, fada brilhante.Fada??????



A delícia de sonhar sozinho, que me levava pra onde quisesse.


Aquela coisa de "longe é um lugar que não existe", sempre adorando o "longe" porque o longe é mágico, puro, e adoravelmente intocável...


Pra onde será que vão as fadas que suportam nossos sonhos delirantes de crianças?


Onde reencontrá-las?


Talvez no perfume das ervas, no cheiro do meu amor, no sabor de um beijo, no calor de um abraço, num sorriso?
Ahh fadas....

O mar

Na melancolia de teus olhos
Eu sinto a noite se inclinar
E ouço as cantigas antigas
Do mar.

Nos frios espaços de teus braços
Eu me perco em carícias de água
E durmo escutando em vão
O silêncio.

E anseio em teu misterioso seio
Na atonia das ondas redondas
Náufrago entregue ao fluxo forte

VENTOS DA PRAIA


Quero fugir da solidão
Aproveitando os ventos da praia
Eles beijam um mar chão
Indo na crista da onda catraia

Os ventos serão boa companhia
Nas vagas do mar salgado
Seu sopro não me dá nostalgia
E p’la água, sei que é escutado

Deliciam a onda boa
Na esperança que se enamora
No oceano não sopram à toa
Em velas que aguardam a hora

A praia espera por mim
E só o vento me vai lá levar
Chegarei vestido de cetim
Pelas brandas marés, ao raiar

Fernando Ramos

O mar

Quando estou triste, é no mar que eu penso, pois ele ouve-me e está sempre do meu lado.
Traz-me calma e paz.
Faz-me sentir que nada nem ninguém me podem fazer mal, mas infelizmente isso não é possível.
Nada pode evitar que eu sofra e que me tirem as pessoas de quem eu mais gosto.
O mar pode não evitar isso, mas pelo menos ajuda-me a acalmar e a perceber que há pessoas que gostam de mim.
Essas são o meu mar.
Adoro-vos a todas e não quero esquecer-vos nem perder-vos da minha vida.
Não me abandonem que eu também não vos abandonarei.

Agora que o silêncio é um mar sem ondas

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Miguel Torga

MAR DE SETEMBRO


Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves - só
alma e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto
puríssimo, doirado.

Eugénio de Andrade,

Mar, sempre te amarei

Quando te mostras verdadeiro,
és tão belo, tão maravilhoso...
Sim, porque apesar de tudo o
que possam dizer ou sentir,

SEMPRE TE AMAREI!

Quando te vejo estender os teus tentáculos,
embrulhando a areia com mansidão e...
arrastares-te pela praia acima
deixando aquela espuma branca,
tal pomba da Paz, sim

SEMPRE TE AMAREI!

À noite quando reflectes
a luz da Lua , como uma estrada de prata
que por ti corre, sim

SEMPRE TE AMAREI!

E de dia quando o Sol te bate, brilhando
nos teus carneirinhos brancos,
qual montículos de neve que te salpicam
a superfície , sim

SEMPRE TE AMAREI!

E mesmo quando o vento te
trouxer a revolta e te enfureceres
e à tua frente tudo tentares levar,
mesmo assim,

TE CONTINUAREI A AMAR!

Receio!


Porque receio olhar-te
e ver estrelas brincando nos teus olhos?

Porque receio, olhar teu lindo corpo,
e desejar apertá-lo com a força dos meus braços?

Porque receio, ver teu lindo cabelo,
e gozar com o cheiro que dele vem?

Porque receio beijar essas covinhas lindas,
que emergem na tua face quando te ris, e sentes feliz?

Porque receio, beijar tua boca e dela
sorver o sabor a Paraíso?

Porque receio enfim, entregar-me todo?

Porque receio, que mesmo me amando,
....um dia te vás!
....que sigas o teu sonho!
....que não olhes para trás!
e vás
...em frente... sempre em frente!

Mas meu amor é tão grande...
que mesmo sabendo que te hás de ir,
prefiro que te vás já, do que te saber infeliz!

Eu Quero


Esta manhã eu quero...
esta tarde eu quero...
Olhos nos olhos...
mãos nas costas,...
peito no peito,...
Começar e parar...
Apressar e abrandar,...
àvidamente
beijar e abraçar,...
dançar e voar,...
Olhar e encantar,...
arranhar e apertar,...
toma-me todo,
fica a minha volta,...
por baixo,...
por cima,...
arrasta-te,...
roça-te,...
goza-me,...
teu sol,...
teu astro,...
este dia,...
esta noite,...
contigo tudo é mágico
SEMPRE...

Apareci na tua vida...


Ofereço-te o meu amor...
nao me deixes ir embora,
prende-me com os teus braços
mantém-me aqui, e agora...

Apareci na tua vida...
o meu desejo é ficar
tenho a alma sofrida
tenho desejos de amar....

Adoro estar contigo...
de sentir o teu carinho...
peço-te, fica comigo...
construindo o nosso ninho...

estende a tua a mao...
segura-me ao teu lado...
dá-me o teu coração
juntos, vamos...
buscar a felicidade!

Ausência


Acordo de noite subitamente...
E a tua ausência ocupa a escuridão.
Não te sinto...
O quarto está escuro... Não sinto o teu odor...
a cama está vazia...

Lá fora...
Vozes... desconhecidas... um carro passa...
Este silêncio dentro do quarto...

pesado... escuro...
sinto-me abafado...
perco-me a pensar na tua ausência...
Mas páro, e sorrio...

imagino o teu regresso...
Está próximo... os teus abraços...

O teu riso alegre...

os cabelos roçando a minha cara...

Cada vez te sinto mais perto...

E deixo-me adormecer outra vez...

com um sorriso nos lábios...

antecipando a alegria da tua chegada...

Distância


Não vejo seus olhos,
mas posso sentir que é verdadeiro
tudo que me escreve...
Que mesmo distante...
somos um só, quando estamos juntos...
Esta magia que podemos desfrutar,
através dessa tela...
traz-me de volta um sentido para a vida...
Nunca vi sua boca...
mas posso ouvir seu riso,
quando nos encontramos,
Não nos conhecemos pessoalmente,
mas conseguimos sentir o amor que nasceu,
e até acreditarmos...
que tudo isso pode existir um dia...
Temos saudades um do outro,
chegamos a pensar que tudo é loucura!!!
Mas eu lhe digo:
-São os nossos sentimentos verdadeiros,
mesmo distantes, estamos nos desejando...
Quero você...
e você me quer,
e sempre que temos um tempo,
paramos a imaginar como será viver tudo isso...
com a intensidade da vida real...
Podermos nos olhar e dar continuidade a esse sentimento,
podermos dar as mãos e sair às ruas felizes,
podermos finalmente, nos abraçar,
e nesse abraço...
saber que é real...
esse amor...
essas emoções...
essa saudade...
esse sentimento maravilhoso,
que agora nos consome...
quando estou com você...
esqueço das coisas que tenho de pensar...
e me sinto assim, leve, como se existisse você e eu...

Talvez


Se quando vos perdi, minha esperança,
A memória perdera juntamente
Do doce bem passado e mal presente,
Pouco sentira a dor de tal mudança.

Mas Amor, em quem tinha confiança,
Me representa mui miudamente
Quantas vezes me vi ledo e contente,
Por me tirar a vida esta lembrança.

De cousas de que apenas um sinal
Havia, porque as dei ao esquecimento,
Me vejo com memórias perseguido.

Ah dura estrela minha! Ah grão tormento!
Que mal pode ser mor, que no meu mal
Ter lembranças do bem que é já passado?
( Sonetos, Camões)

UM ENCANTO QUE ME SEDUZ


Nos teus olhos
e no teu olhar,
vejo amor e brilho,
felicidade, calma
e luz intensa,
de um viver lindo!
O teu olhar,
tem um encanto,
que me seduz,
me faz feliz,
me dá a paz!
O teu olhar,
me põe em guerra
comigo mesma.
Teu olhar,
me dá um sabor,
ao mesmo tempo,
de ventura e alegria,
sensação gostosa,
de sempre amar !
Oh! como é lindo,
maravilhoso,

o teu olhar!

(Wanderlino Arruda)

Encanto



”Sabe o que é o encanto?

É ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada.”

Albert Camus

“Eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto, que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida.”

Albert Camus

Um Canto Para seu Encanto




Eu canto com a alma
Descalça, pisando em flores.
Canto como canta os tenores.
Meu microfone são as flores.

E eu canto como canta o sabiá, acolá
Canto qualquer forma de amar.
E cantando meu canto me leva a voar

Tocando a lua, canto o verbo amar
Eu canto para o seu encanto.
Canto como a sereia do mar.

Como uma deusa,
Eu canto para te louvar.

Canto um canto suave,
Somente para te encantar.


Cora Maria




Do Encanto



E a mulher, que não era nada mais que uma menina com esperanças verdes nos olhos negros, com sombras de desencantos passados e repassados nas mãos já cansadas mas macias, de venturas também vividas; esperava de pé, olhos bem abertos e coração acelerado pelo que a vida lhe apresentara quase sem querer em promessas talvez teimosamente inúteis.

Não conseguia se soltar do pessimismo insistente, tais eram as dores repetidas e repetidas de tantos desencontros.

Mas algo lhe dizia pra esperar quieta, serena, o que estava para acontecer.

E mesmo essa esperança miúda em seu menino coração nunca suspeitara o encantador encontro daqueles olhos verdes.

O sorriso foi franco e generoso, como se espelhassem o tamanho encanto do coração.

E mais uma vez os olhos de um homem a faziam acreditar que a felicidade poderia ser algo destinado a ela.

Ah....o que será que a vida ainda reservaria.

Se mais não lhe desse, ao menos a caricia doce daqueles olhos nos seus seria inesquecível.

Estrela, a Mulher, Deus e eu


No horizonte brilha uma estrela
Completamente envolta pela solidão
Uma estrela mórbida, mas luzidia
Que vence as trevas maliciosas.



No horizonte chora uma mulher
Iluminada pela luz dessa estrela.
Uma mulher nostálgica e isolada
Que vê na luz da estrela a salvação.



Os seres humanos inventaram Deus
Como um Ser que a tudo ocorre.
Mas eu digo-vos que esse Deus é fantasia,
Uma mentira dita por palavras repetidas.



Deus nem sequer é capaz de nos salvar,
De nos iluminar com a sua falsa sabedoria,
De carregar esta cruz de sofrimento,
De olhar por nós e para nós.



Perdoem-me, mas Deus somos nós.
Nós que sorrimos, choramos…
Nós que, enfim, nos matamos
Na ânsia de atingir o impossível.



Nesta correria desmedida,
Temos ainda tempo para olhar os amigos
Que necessitam por vezes de ajuda.
Ajudamo-los de bom grado.



Outros tudo fazem para nos verem cair
Chegam a puxar-nos para trás se preciso for.
Passam por cima de nós, pisando-nos,
Enfim, almas completamente desgraçadas.



Mas a estrela estará lá
A mulher lhe fará também companhia
E eu, eu partirei…
Partirei quando mais nada me motivar.



Deixarei tudo para trás.
Os amigos levá-los-ei no pensamento, uns;
Outros, no coração.
Quanto ao resto, nada me fará falta.

UMA ESTRELA EM MIM


Há uma estrela em mim
Que ilumina a noite calma
Deixa-me viver feliz por aí
Cintilando doçura na alma

Não é um sol qualquer
Que dá luz a meu coração
Ele, me trouxe a mulher
Que comigo vive em perdição

Seus raios são minha vida
Dão-me calor e bom momento
À Deusa que me é querida
Que ao altar, levei no casamento

Esta estrela, não a posso perder
Pois é fonte de minha inspiração
Com ela ficarei enquanto viver
Mais a dona de meu coração

Ela p’ra mim é um poema
Belo e não tristonho
Faz-me da vida, linda cena
Tão perfeita como meu sonho

*fernando ramos *

O meu desejo és tu


Ao deslumbrar uma estrela cadente pedi um desejo



És a estrela que o meu coração chama
E que numa noite estrelada desejei
Quando o meu coração bailava sozinho
Numa noite de luar eu te encontrei
És a minha força e coragem
E também o meu desejo ardente
Com a passagem do teu corpo quente
Apareceste de surpresa
Como uma estrela cadente
Que chega de repente
E levaste o meu coração
Estrela que me cobres com o teu véu
E me iluminas com os teus raios de luz
Leva-me contigo até ao céu
Com o teu corpo de seda e de cetim
E com o toque das tuas mãos
Que me envolvem á volta de ti
Rompes a noite com o teu esplendor
E com o teu encanto iluminas a lua
Ao trazeres nas tuas asas o meu amor

“Eu tu terás estrelas que sabem sorrir…”


“basta olhar para o céu e estarei lá…”

”Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas.”

“As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Mas todas essas estrelas se calam.

Tu porém, terás estrelas como ninguém… Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir!

E quando te houveres consolado (a gente sempre se consola), tu te sentirás contente por me teres conhecido. Terás vontade de rir comigo. E abrirás às vezes a janela à toa, por gosto… E teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: “Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” E eles te julgarão maluco.

Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo. Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla.”

”Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.”

[fragmentos de Antoine de Saint-Exupéry]

Lamento de uma Estrela Cadente


Ouro liquido sob os céus de prata

São essas as lágrimas da estátua que sou

Gotas frias que o tempo consolidou

Marcas que o tempo desgosta mas não mata.



A ti meu único amor, Sol vadio

A ti te amo com toda a certeza

E é por amar-te tanto que sinto o frio

Invadir-me com a solidão e a tristeza.



Choro. Choro pela minha triste sina

Só a tua doçura me arrancava da solidão

Mas quem sou eu Estrela pequenina

Que ousou desejar teu coração?



O que os olhos não vêem o coração não sente

Que mentira injusta à minha alma sofredora

Porque desde que partiste, que foste embora

Que não sou mais que uma estrela cadente.

Eu por ti eternamente enamorada



Que é a minha vida sem tua alma quente?

Sem teus olhos lindos que olham o meu olhar sedento?

Sou simplesmente uma luz apagada

Luz que de repente, a única coisa que sente

É o apelo terrível do sofrimento.



O que os olhos não vêem, o coração ainda sente...

Mas hoje sou eu quem te diz

Que o maior desejo desta estrela cadente

É unicamente que tu, Sol, sejas feliz.