sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Frases & Pensamentos


A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final.

Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores.

Gaúcho que é gaúcho não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém. Nem em baile de carnaval. Gaúcho que é
gaúcho não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e, assim mesmo, se olhar por mais
de trinta segundos sai briga.

Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.
Muitas mulheres consideram os homens perfeitamente dispensáveis no mundo, a não ser naquelas profissões
reconhecidamente masculinas, como as de costureiro, cozinheiro, cabeleireiro, decorador de interiores e estivador.

No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa.

Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi num cavalo. Aliás, o cavalo
também não gosta.

Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet.
Você é o seu sexo. Todo o seu corpo é um órgão sexual, com exceção talvez das clavículas.

[Ao ser perguntado por que costuma o número dezessete tantas vezes em suas crônicas]
Dezessete é um número cabalístico e, sendo cabalístico, eu não posso revelar. Brincadeira, não tem nenhum significado.
Dezessete é uma palavra bonita.

A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por
exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo?

Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data.

Com esse negócio de clonagem, já estou me sentindo um disco de vinil.
" E de esquerda" ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à
vida, porque é sagrada, e o direito do Estado de matá-lo se ele der errado.

Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram
arquitetura, fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e
acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas.

Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado
maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.

Escrevi uma vez que era um cético que só acreditava no que pudesse tocar: não acreditava na Luiza Brunet, por
exemplo. Cruzei com a Luiza Brunet num dos camarotes deste carnaval. Ela me cobrou a frase, e disse que eu podia
tocá-la para me convencer da sua existência. Toquei-a. Não me convenci. Não pode existir mulher tão bonita e tão
simpática ao mesmo tempo. Vou precisar de mais provas.
Luis Fernando Veríssimo

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