segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quis...

Quis ser de novo a bela primavera,
nos olhos e na boca a vida inteira,
para entalhar com a voz enamorada,
teu nome junto ao meu, numa madeira.
Quis ser o tempo para ser detido,
a fogueira e a paixão em minha face;
quis ser a cruz, o calvário e a sepultura,
do beijo que morreu sem consumar-se.
Quis ser o sangue que corre pelas veias,
para estancar a dor,torná-la amena;
quis ser a boca que cala e recrimina;
ser a palavra e o consolo para as penas.
No rasgado clamor de uma tormenta,
quis ser a paz para deter o gesto rude,
e nos meus passos do caminho poeirento,
mostrei o rosto do amor...mas eu não pude!

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